20 maio, 2009

Comentário sobre: Não sabemos contratar

Comentando o poste do Giovanni Bassi: Não sabemos contratar

Muitas empresas quando são questionadas sobre a forma arcaica com que trabalham dizem que "lá a coisa é séria, não é baderna". Mas existe uma grande diferença em liberdade e anarquia, cobrança por resultados e pressão desnecessária, e a lista segue. Mesmo indústrias mudaram os seus conceitos, algumas viram à anos que a mudança só traria benefícios.
Dois livros muito interessantes para ler sobre isso são do Ricardo Semler, dono da SEMCO, que mudou sua fábrica muito mais que muita empresa de software que diz trabalhar com alta tecnologia (Você Está Louco!: uma Vida Administrada de Outra Forma e Virando a Própria Mesa, para líderes de equipe já é uma literatura bem interessante).
O salário muitas vezes não é a coisa mais importante, eu tenho um amigo que ganhava muito bem, mas saiu da empresa pois o trabalho dele sub aproveitava a capacidade dele, e ele achava que não valia a pena. Acho que o que é importante deve ser exigido, mas qual a diferença para a empresa se o cara esta produzindo de calça ou bermuda? Até mesmo quando os clientes visitam a empresa, qual o problema? Se o cara produz muito, não atrasa o time, esta sempre em contato, não existe dependências com as tarefas dele, por que ele precisa preencher tabela e estar sempre naquele horário lá na empresa? O cara vai pegar trânsito, vai se estressar, tem dias que ele não vai mesmo estar de bom humor, e por aí vai...
Em uma entrevista o Ricardo Semler disse que estamos preparados para trabalhar a noite e fins de semanas inteiros se possível, mas não estamos preparados para terça-feira depois do almoço irmos para uma sessão de cinema... alguém já fez isso? Hehe... Eu consegui uma vez, e não me senti culpado!
Domenico Di Masi prega o ócio criativo, hoje as pessoas envolvidas em desenvolvimento ágil dizem que o desenvolvimento de um software é mais uma atividades de humanas que exatas, por que medimos as pessoas como computadores, onde elas são apenas recursos que entregam horas de trabalho?

Eu posso comprometer uma parte do meu salário para poder ter satisfação no meu trabalho, já recusei propostas que não iriam me sentir empolgado, com vontade realmente de trabalhar, mesmo que fossem para ganhar um pouco mais. Eu quero sentir prazer em fazer algo, em ver o software crescer, ir para o mercado. Quero sentir prazer em acordar cedo de manhã, por que eu quero, pegar um trânsito, e colocar em prática algo que eu estudei e pode acelerar o desenvolvimento de um software, pode trazer mais qualidade. Infelizmente raras são as empresas brasileiras que pensam no seu maior ativo: a pessoa sentada atrás da máquina.

Nenhum comentário: